DO BLOG DE CHRISTINA LEMOS
Ao
contrário de seus prognósticos, o Partido dos Trabalhadores enfrenta
dificuldades nesta eleição - a primeira desde que Lula deixou a
presidência da República. O efeito destas dificuldades pode ser notado
pelo desempenho dos candidatos do partido em cinco das principais
capitais do país: São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Recife e
Fortaleza - cidades de denso coeficiente eleitoral e de importante peso
político.
O
risco de derrota petista nestes centros é grande, o que representará um
freio nos projetos políticos da legenda. A má fase surpreende o partido,
que contava com a alta popularidade de Lula e o sucesso de seu governo
para projetar seus candidatos à posição de favoritos na disputa - o que,
no caso destes grandes centros, não vem acontecendo.
O
ex-presidente, desde que deixou o Planalto, apesar da vitória sobre o
câncer, parece ressentir-se da tribuna privilegiada que o cargo lhe
garantia. A imagem de Lula, agora desprovida da aura presidencial,
mostra-se mais permeável a desgastes, promovidos seja por erros
políticos ou por ataques da oposição. O eventual encolhimento da persona-Lulatambém
não foi satisfatoriamente compensado pela presidente Dilma, cuja
identidade com o "PT de raiz" e com a militância é incomparavelmente
menor que a do antecessor.
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