Segurança no transito


Monitoramento agrada, mas ainda não há estatísticas


FOTO: NAYANA MELO / O ESTADO
“Em caso de emergência, acione aqui e fale com a Polícia”. Em 86 postes, que possuem câmeras de segurança, espalhados em “pontos estratégicos” de Fortaleza, é esta a orientação à população. Instalado há um ano e quatro meses, o sistema de monitoramento da Capital pertence à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e deve ser “uma ferramenta de rápido acesso à Polícia em situações suspeitas ou ocorrências propriamente ditas”. As câmeras agradam, porém, mensurar a eficácia do sistema ainda é complicado, pois os dados sobre os procedimentos, realizados com base nas imagens e solicitações, são “reservados” à SSPDS.
Roubos de veículos, agressões, brigas e tentativas de assaltos são alguns dos episódios registrados pelos equipamentos, que quando fixados em dezembro de 2011, custaram quase R$ 6,5 milhões aos cofres públicos, conforme a SSPDS. O montante investido no sistema, segundo dados do Portal da Transparência do Governo Estadual, aproxima-se do total do valor investido, durante todo o ano passado, na Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará. A instituição responsável pela formação inicial e continuada de todos os profissionais, que integram o sistema de segurança do Estado (PMs, bombeiros, peritos, inspetores etc.) recebeu cerca de R$ 7,7 milhões.
FUNCIONAMENTO
Operacionalizadas pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), o sistema, conforme informações da SSPDS, conta com uma sala de monitoramento que funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, na Sede do Batalhão de Policiamento Comunitário (Bpcom). As câmeras instaladas, nos postes, são dotadas de um sistema de áudio, que pode ser acionado através de um botão (no corpo do poste) pela população.
Ao ser ativado o botão, um alarme é disparado na sala de vídeo monitoramento (responsável por identificar as possíveis ocorrências). Após o procedimento, a situação de risco é avaliada, e verifica-se a necessidade de equipes de policiamento no local. “Eu acho muito interessante essas câmeras. É uma espécie de ‘polícia eletrônica’ que podemos contar. Do jeito que a Cidade está violenta, qualquer estratégia de combate e prevenção, ajuda”, avalia o balconista Claudemir Bernardo, que trabalha próximo a um poste, que dispõe de câmera de segurança, no cruzamento das avenidas Aguanambi e Domingos Olímpio. 
O vendedor Jenner Vieira (foto abaixo), que atua no calçadão da Beira Mar, próximo a outro poste de segurança, também demonstra satisfação com o funcionamento das câmeras. De acordo com ele, que por três vezes viu o sistema ser acionado, a atuação da Polícia foi muito rápida. “A viatura veio de imediato. Inclusive, no caso de uma confusão com um turista. Ele sentiu-se lesado e acionou o botão. Eu já vi, também, em outros pontos da Cidade e acho que ajuda sim”, contou.

SOLICITAÇÃO DE DADOS
A equipe do jornal O Estado solicitou à SSPDS, na última sexta-feira (5), dados sobre as demandas e procedimentos realizados com base no funcionamento do sistema, porém, foi comunicada, pela assessoria de comunicação da SSPDS, que não seria possível dispor deste material até o fechamento desta edição. O jornal também solicitou uma entrevista com o major Nunes, responsável pela coordenação do sistema, mas, também foi informado, que no prazo solicitado, não seria possível realizar a entrevista, pois o representante da Pasta estava participando de um curso. 

EQUIPAMENTOS COM DEFEITOS
Para o ambulante Eleotério da Silva, que trabalha no entorno do Dragão do Mar, o equipamento também é avaliado como ferramenta eficaz de prevenção. “Já vi gente apertando e logo apareceu a viatura. Eu acho que as pessoas já conhecem essas câmeras e acho muito boa a ideia”, opinou. De acordo com ele, a única ressalva é o funcionamento contínuo do sistema. “O problema é que, às vezes, não funciona. O pessoal aperta e não ouve nada, se não fosse isso, seria completo”, garantiu.
Segundo informações da SSPDS, os pontos que possuem câmeras “foram definidos por estudos estatísticos da própria Pasta”. Durante a execução da reportagem, quatro pontos foram visitados, cruzamento da Domingos Olímpio com Aguanambi, Dragão do Mar (próximo ao Planetário), cruzamento das Ruas Barão de Aracati e Costa Barros e Beira Mar (no final da Rua Oswaldo Cruz). Com exceção do último, nos demais pontos, ao ser acionado o botão, o atendimento da Ciops foi imediato.
THATIANY NASCIMENTO
thatynascimento@oestadoce.com.br

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