Uma transa lendo Bandeira e Guimarães Rosa

'Bruna Surfistinha' de São Carlos (SP) relata programas em blog

Do UOL
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO
"Adorei conhecê-lo. Um homem extremamente gentil, doce e educado. Nota dez pela barba, pelo perfume e pelos beijinhos."
A memória é fraca, admite, e Lola Benvenutti, 21, prefere guardar as impressões da noite de sexo que passou com seu cliente no papel. Ou melhor, em seu blog.
O caso remete ao da ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, que rendeu livro e filme.
Gabriela Natalia da Silva, nome de batismo, conta ter tido uma infância feliz em Pirassununga, no interior de São Paulo, filha de um ex-policial e de uma enfermeira.

Lola Benvenutti

Divulgação
 
Formada em Letras, Lola Benvenutti, 21, decidiu ser garota de programa
Do colégio, passou direto no curso de letras na Universidade Federal de São Carlos, com direito a bolsa de iniciação científica e notas altas.
Mas, no fim da faculdade, no ano passado, ela fez a opção de ser garota de programa, ideia que ventilava desde a adolescência, diz.
"Gosto de sexo, é uma escolha minha, do meu corpo e não vejo por que não posso ganhar por isso."
Perdeu a virgindade ao 13 anos por já considerar ser virgem "um fardo". Chegou a fazer programas aos 17, mas o temor da reação de sua família a fez suspender os planos --retomado no ano passado.
O blog, criado em março de 2012, traz relatos dos programas. Numa noite, conta, foi contratada para uma festa de república, onde dançou e fez sexo com os estudantes.
A fluência dos textos deixa evidente a formação de Gabriela. Lola, aliás, é uma clara referência a obra de mesmo nome do escritor russo Vladimir Nabokov.
Em seu corpo, tatuou trechos de livros de Manuel Bandeira e Guimarães Rosa.
Nas fotos que publica no blog, veste-se de lingerie e salto alto, deixando evidente as tatuagens, e o rosto de pele clara, batom vermelho, piercing no nariz, cabelos negros e mecha clara na franja.
A única parte que dói é a família, que soube no fim do ano que ela era garota de programa. A mãe não conversa muito com ela --"eu respeito o tempo dela"-- e o pai, depois de seis meses de silêncio, aceitou ir à formatura.

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