Desenvolvimento humano no Brasil

Fortaleza tem 9º IDHM mais baixo do País
A análise de 180 indicadores socioeconômicos, divididos em três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda faz com que Fortaleza tenha um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,754. Na escala que vai de 0 a 1, onde quanto mais próximo do 1 mais exitoso é o índice, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, divulgado, ontem, o indicativo registrado, na Capital, é considerado alto. Porém, entre as 27 capitais,
Fortaleza tem o 9o IDHM mais baixo. No Nordeste, a Cidade “ganha” apenas de Teresina e Maceió.
Dentre os 5.565 municípios do Brasil, a capital cearense ocupa a 467º posição. Os índices mensurados no Atlas foram dimensionados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. Eles representam o grau de desenvolvimento das localidades, incluindo o acesso ao conhecimento, à renda; que garanta o padrão digno de vida; e a possibilidade dessas vidas serem longas e saudáveis.

Em Fortaleza, de 2000 (quando foi mensurado pela segunda vez o IDHM) a 2010 (o mais atual) o índice passou de 0,652 para 0,754. O cenário representa uma taxa de crescimento de 15,5% na década. Com isto, o Atlas aponta que a lacuna de desenvolvimento humano na Capital (distância entre o IDHM real e o ideal), nesta década, foi reduzido em 29,31%.
EDUCAÇÃO É DESTAQUE
Das três dimensões analisadas na pesquisa, a que mais cresceu em termos absolutos na década na Capital, foi a educação (com ampliação de 0,161), seguida por longevidade e renda. Para dimensionar as condições desta área, na Cidade, foram analisados o fluxo e a frequência escolar entre crianças e adolescentes, a escolaridade da população adulta e os anos esperados de estudo para o ciclo completo.
Na década, a proporção de crianças na escola cresceu, sendo mais significativa ainda a ampliação do número de jovens que entre 18 e 20 anos com 59,03% de crescimento. Nas duas últimas décadas, a taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 9,18%.

LONGEVIDADE E RENDA
De acordo com o Atlas, a mortalidade de crianças com menos de um ano em Fortaleza, foi reduzida em 54%. Já a esperança de vida ao nascer, na Cidade, aumentou 4,8 passando de 69,6 anos em 2000 para 74,4 anos em 2010.
A renda per capita média de Fortaleza cresceu R$ 235,88 passando de R$610,48 em 2000 para R$846,36 em 2010. Já a extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar inferior a R$ 70,00) passou de 9,02% no começo da década para 3,36% em 2010.

GARGALOS DA RENDA
Para a coordenadora do Laboratório de Estudos de População (Lepop), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Adelita Carleial o IDMH é um “indicador que tende a mascarar as coisas”.  Ela avaliou que, por exemplo, os índices positivos da educação contabilizam o aumento no número de matrículas, mas, “a qualidade de ensino, aprendizado, situações de violência fora e dentro da escola, acabam não sendo medidos”. “O aumento da quantidade de oferta de matrículas, não significa qualidade, nem que as pessoas estão aprendendo.”, completou.
Para ela, o maior problema das dimensões avaliadas é de fato a falta de democratização da renda. Conforme a professora, tal dimensão está aliada ao nível de escolaridade, logo, segundo ela, “se a renda do fortalezense não cresceu para a maioria da população, significa que a escolaridade pode não estar acompanhando o que o mercado exige das escolas”.

O pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Manso, enfatizou que a renda, na Cidade, depende basicamente do trabalho, e que os baixos salários têm duas justificativas, as condições do próprio ambiente econômico e falta de mão de obra qualificada. Neste caso, ele considerou que a população tende a depender muito do poder público, como no caso da própria formação escolar.
Serviço
Confira o Atlas completo no endereço: http://atlasbrasil.org.br/2013/

Thatiany Nascimento
thatynascimento@oestadoce.com.br

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