Será que pega o Byron, lá atrás?


MPF investiga ato de improbidade no BNB
Atual presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith é alvo de investigação do Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) por improbidade administrativa. O MP apura, desde 2010, se há irregularidades na administração dos recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), provocando um desfalque superior a R$ 1,2 bilhão nas contas do Banco do Nordeste (BNB). Smith comandou por oito anos o BNB e, após mudanças administrativas internas, deixou o cargo e, em seguida, foi convidado pelo governador Cid Gomes (Pros) para assumir o órgão de inteligência de negócios do Estado, que trabalha com foco em atração de investimentos.
Em conversa com a imprensa, Roberto Smith admitiu que a situação é “complexa” e lamentou que a investigação possa afetar a imagem do BNB. “Não vou comentar nada da Justiça, porque a justiça se trata na própria Justiça. É uma questão extremamente complexa, só lastimo o fato de que essa exposição afete a imagem do Banco do Nordeste”, disse Smith, após evento promovido pela revista Carta Capital, em parceria com o Instituto Envolverde, para discutir a infraestrutura e a logística dos portos brasileiros, ontem, em Fortaleza.
Apesar da insistência dos repórteres, o ex-presidente da instituição foi cauteloso e evitou dar detalhes sobre sua versão diante das denúncias. Smith disse acreditar “plenamente na Justiça” e que, portanto, avalia que a investigação irá mostrar que não existe nenhuma irregularidade.
Além de Roberto Smith, mais dez ex-dirigentes da instituição financeira também são investigados na ação. O inquérito está sob responsabilidade da procuradora da República, Nilce Cunha Rodrigues. Na esfera penal, o caso é apurado pelo procurador Edmac Trigueiro.
O inquérito do Ministério Público Federal fundamenta-se no relatório de auditoria operacional do Tribunal de Contas da União (TCU), que constatou a existência de clientes com dezenas e até centenas de operações baixadas em prejuízo, sem que tenha sido feita Ação de Cobrança Judicial (ACJ), provocando um desfalque nas contas do banco. Das 55 mil operações auditadas, apenas 2.385 possuíam autorização de cobrança.
Na atual ação, o MPF apura se a conduta dos ex-dirigentes configuram atos de improbidade administrativa, que podem resultar na perda da função pública dos acusados e ressarcimento dos danos patrimoniais ocasionados ao banco. As sanções poderão ser aplicadas também aos clientes inadimplentes, que contribuíram com o desfalque.

APURAÇÃO
O atual presidente do BNB, Ary Joel, foi procurado pelo Jornal O Estado para comentar as ações que a instituição vem adotando com o objetivo de recuperar o dinheiro desviado. A assessoria do BNB enviou nota à imprensa, em que informa que a atual administração já ingressou, judicialmente, contra os devedores inadimplentes para reaver os valores emprestados e, além disso, está apurando as ocorrências apontadas.

E MAIS
O Ministério Público investiga, ainda, se há relação entre os inadimplentes beneficiários dos empréstimos e os ex-gestores do Banco do Nordeste.
O MPF solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) um laudo pericial que especifique o montante desviado dos cofres públicos. Isso porque, em alguns casos, o dinheiro não poderia mais ser recuperado.
A deputada estadual Eliane Novais (PSB) protocolou, na tarde de ontem, um requerimento na Assembleia Legislativa solicitando ao governo do Estado o afastamento do presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Roberto Smith, e do chefe da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado, João Alves de Melo, ex-presidente do Comitê de Auditoria do BNB, até que sejam concluídas as investigações do Ministério Publico Federal no Ceará.

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