Fogo amigo derruba polícia do Ceará


1015 pessoas foram assassinadas no Ceará nos primeiros 84 dias do ano

Governador Cid Gomes defende diminuição da maioridade penal.
Violência em Fortaleza foi destaque no Fantástico deste domingo.

Mil e quinze pessoas foram assassinadas no Ceará até às 23h59 deste domingo (23). O número representa 12,4 mortes por dia. Em Fortaleza, os números também são alarmantes: no ano passado, 2.017 pessoas foram assassinadas na capital, o que representa 5,5 mortes a cada dia.  Só no carnaval de 2014, 25 pessoas foram assassinadas em Fortaleza.
De acordo com levantamento da ONG Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, do México,  Fortaleza é a sétima cidade mais violenta do mundo e a segunda do Brasil. São 72 assassinatos por 100 mil habitantes. Acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes, a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera uma epidemia de violência.
Hoje, o estado do Ceará tem 58 mil foragidos, 11 mil deles acusados por homicídio. “O criminoso, no Ceará, para ser preso, tem que ser muito azarado. A Polícia Civil não tem efetivo pra investigar nenhum crime”, destaca o presidente do sindicato de Policiais Civis do Ceará, Gustavo Simplício Moreira.
A secretaria de Segurança discorda dos números e tenta justificar. “A gente tem uma situação que não é de conforto. Mas você tem a polícia fazendo o seu papel, dando as respostas adequadas. Para você ter ideia, nós realizamos nos últimos cinco meses cerca de 10.500 prisões em flagrante”, destaca o Servilho de Paiva, secretário de segurança do Ceará. De acordo com a SSPDS, mil novos policiais estão em treinamento e devem reforçar o contingente que hoje é de 15 mil homens;
O governador Cid Gomes culpa as drogas e a impunidade pelo aumento das mortes e defende a diminuição da maioridade penal. "Hoje temos problemas na legislação. Há necessidade de encurtar os prazos, os processos, redução de recursos. Há uma discussão sobre redução de maioridade penal. Isso é sempre polêmico. Eu penso, sinceramente, que há uma idade menor que 18 anos em que as pessoas já podem ser conscientes do que estão fazendo. E esse é um assunto que eu coloco mas não é da nossa alçada", afirmou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário