Quem vê as barbas do vizinho pegar fogo bota as
suas de molho. Não foi assim que nos ensinaram em Sobral? Ví este post do
jornalista Reinaldo Azevedo sobre SP e lembrei do transtorno e da tolice
das ciclovias que nos ameaçam aqui tambem. Meia dúzia de tres ou quatro,
de repente se junta e quer impor regras à cidade toda em benefício de
seus caprichos. Há um recado no texto que parece servir ao nosso caro prefeito
que parece estar embarcando nessa cavilação bicicleteira. Se concordas,
salvemo-lo das más companhias!!!
P.S. E olhe que nós fomos clientes das bicicletas
do Napoleão Maxixe lá na terrinha. Mas nunca atrapalhamos a vida de
ninguem.
"Deus te livre, leitor, de uma ideia fixa; antes um
argueiro, antes uma trave no olho. É Machado de Assis em Memórias Póstumas de
Brás Cubas. Melhor um cisco no olho, um grânulo, um estrepe
Melhor um incômodo
dessa ordem do que ser vítima de uma ideia fixa
É o que me ocorre quando penso
nas ciclovias do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Que fique o alerta para
os cidadãos do Brasil inteiro. Que fique o alerta para os prefeitos do Brasil
inteiro. Não permitam que suas respectivas cidades caiam reféns de uma minoria
organizada, que, como escreveu o próprio Machado, sempre hasteia sua bandeira
particular à sombra da grande bandeira. No caso de São Paulo, a flâmula maior é
a do petismo; as mesquinhas, de minorias radicalizadas, sob ela se abrigam e nos
impõem a ditadura de seu gosto.
Haddad está determinado a criar 400 km
de ciclovias na cidade até o fim de seu mandato, ao custo de R$ 80 milhões. Está
há dois anos no poder. Boa parte dos paulistanos tem a sensação de que já são
200! As faixas vermelhas, a cor internacional desse tipo de pista, se espalham
cidade afora, estrangulando o espaço dos carros, diminuindo a área de escape das
motos que hoje ajudam a movimentar a economia , aumentando os
congestionamentos, atrapalhando a vida de pedestres, criando severas
perturbações no comércio. Há um clima de revolta em consideráveis setores da
cidade. Não obstante, o prefeito, consta, aposta nas ciclovias para reverter a
sua impopularidade. Fernando Haddad lembra o homem com a corda no pescoço que se
mexe freneticamente para se livrar do incômodo. Quanto mais esperneia, mais
terra lhe falta sob os pés, e mais a corda o constrange, até matá-lo. A
diferença, nesse caso, é que uma cidade de milhões de pessoas padece com
ele.
E por que ele age assim? Porque a grande
bandeira de Haddad, o tal Arco do Futuro, ficou no passado. Nunca foi nada além
de propaganda para caçar votos. Então sobraram as pequenas bandeiras, a das
minorias aboletadas na Prefeitura. À Folha de S.Paulo, o prefeito afirmou: É um
programa de saúde, de esporte, de mobilidade, que dialoga com muitas demandas da
sociedade. É mesmo? Demanda de quem, santo Deus? Olhem, paulistanos, para as
vastas solidões das ciclovias, que permanecem lá, vazias, com o seu vermelhão a
cortar áreas da cidade, como veias abertas da estupidez e do autoritarismo. Não
ocorre ao senhor prefeito que percorrer longos percursos de bicicleta requer,
antes de tudo, certas condições físicas, o que restringe essa opção de
transporte se fosse realmente uma opção; não é a uma faixa etária da
população. A escolha é, antes de mais nada, autoritária, discriminatória. Uma
coisa é a construção de ciclovias como um espaço suplementar para a circulação,
a exemplo do que existe em algumas cidades do mundo. Outra, distinta, como se
faz em São Paulo, é o estrangulamento da área de circulação da maioria em
benefício de uma minoria."
Paulinho vem a ser o senhor dr.jurisconsulto Paulo Cesar Saboia Montalverne, parceiro de carteira e vizinho de número na caderneta do Colégio Sobralense durante todo o ginasial lá no final dos anos 50 do século passado. É um feliz aposentado do Estado do Ceará.
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