Trem bão!


Três trechos entre Missão Velha e Acopiara têm início

Foram assinadas as ordens de serviço autorizando o início da construção de três novos trechos da ferrovia Transnordestina, de 50 quilômetros cada, perfazendo um total de 150 quilômetros , ligando os municípios de Missão Velha a Acopiara. A solenidade ocorreu na Câmara Municipal de Missão Velha e contou com a participação do governador Cid Gomes, além dos ministros do Planejamento, Míriam Belchior, e da Integração Nacional, Francisco Teixeira, e o diretor de Infraestrutura da Construtora Marquise, Renan Carvalho. O trecho que foi autorizado passará por outros cinco municípios cearenses: Aurora, Cedro, Icó, Iguatu e Lavras da Mangabeira, sendo que, ao ser concluído, facilitará e barateará o deslocamento de cargas e passageiros na região.
A nova ferrovia, que terá 1.753 quilômetros de extensão ao ser concluída, já está com 43% do total finalizado ou em execução. O lote que liga Salgueiro (PE) a Missão Velha já está pronto e para o novo trecho, iniciado ontem, foram contratados 100 novos operários, sendo 70 diretos e outros 30 indiretos. Mas quando a obra estiver no pico de execução, estima-se que 2,4 mil trabalhadores serão contratados, e com salários diferenciados. Também foram disponibilizadas 30 máquinas para o trecho iniciado ontem, entre elas tratores, escavadeiras, motoniveladoras, caçambas e caminhões pipa, além de equipamentos de perfuração. Passando pelos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco, a nova ferrovia interligará diversos municípios aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE).
De acordo com as autoridades presentes à solenidade, a estrada de ferro representará uma facilidade a mais para o escoamento da safra de grãos da nova fronteira agrícola situada na região de divisa entre o Piauí, Maranhão e Tocantins, além de alguns municípios cearenses. Também deverá estimular novos investimentos nas áreas de combustíveis, fertilizantes, gipsita e minérios. Tanto que o prefeito de Missão Velha, Tardiny Pinheiro Roberto já reservou uma área nas proximidades da ferrovia, a fim de implantar um porto seco, visando facilitar a logística de transbordo de cargas, dos mais variados tipos. Contando com um investimento total de R$ 7,5 bilhões, a Transnordestina deve ser concluída em 2016.
INVESTIMENTOS
Para a ministra Míriam Belchior, a obra é muito importante para o Estado do Ceará, bem como para o Nordeste, que faz parte de um conjunto de grandes investimentos que o governo federal está realizando na região, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Se a gente fosse ver a viabilidade econômica no curto prazo, eles não seriam feitos, mas resolveu fazer porque representa uma mudança no desenvolvimento da região e é uma aposta no futuro. A ferrovia é viável no médio e longo prazo, por isso decidimos fazer este investimento, que contou com a parceria incansável do governador Cid Gomes, para que se realizasse o mais rapidamente. Ele não deixa passar um dia sem identificar problemas e ir atrás de resolvê-los”, destacou.
Ela ressaltou, ainda, que esta parceria é de grande importância para que a obras possa ser executada da melhor maneira e no menor tempo possível. “Sem a ajuda do governo do Estado, para nós fazermos as desapropriações que precisam ser feitas ao longo do trajeto, essa ferrovia não poderia estar começando, como está. E gostei do fato de a Transnordestina Logística e da Marquise terem assinado a ordem de serviço com a mesma caneta. Se isso significar a parceria de vocês, daqui para frente, acredito que esta obra vai andar muito depressa. Fiquei feliz de saber que a empreiteira é cearense, e portanto tem interesse em fazer a obra, e tem um simbolismo regional. Vi que 1,2 quilômetro por dia é feito de lançamento de grade e que esta seja a velocidade da obra, pois os recursos estão disponibilizados para isso”, completou Míriam Belchior.
Para o governador Cid Gomes, a data de ontem foi um dia histórico para o Ceará, pois há alguns dias havia feito um sobrevoo de helicóptero na região sudeste do Ceará, que concentra o maior volume de investimentos públicos de toda a história do Estado, quiçá do Nordeste.  Pois viu a Barragem Jati, além de outras cinco, à margem do leito de transposição das águas do Rio São Francisco, a BR-116 tão bem conservada, a Transnordestina, e as obras do Cinturão das Águas. “Em todas estas ações tem a mão forte do governo da presidenta Dilma e estamos num momento muito particular para o futuro do Nordeste e do Brasil. Para que o Nordeste e o Ceará possam se desenvolver, a gente tem de se antecipar na infraestrutura. Como exemplo disso temos o Porto do Pecém, que hoje é o nono do Brasil, viabiliza novos empreendimentos e cresce 40%, a cada ano”, lembrou.
Afirmou, ainda, que se o Estado tem o porto e viabiliza a construção de 500 quilômetros de ferrovia, permite que estes benefícios cheguem nas casas das pessoas, nas vidas das pessoas, pois além de baratear os custos dos deslocamentos das pessoas, bem como de mercadorias. “O transporte ferroviário custa um décimo do transporte rodoviário. Portanto se a gente tem um porto e, ao lado dele está se implantando a mais moderna e uma das maiores siderúrgicas do Brasil e, se Deus quiser, em breve uma refinaria, que gera derivados de petróleo, tudo o que está a uma faixa de 50 quilômetros dessa ferrovia, pode ser beneficiado com este vetor de transporte. Isso é o futuro que a Transnordestina vai permitir para o Estado do Ceará e toda a nossa população”, explicou Cid Gomes.
MARCELO CABRAL
economia@oestadoce.com.br

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