Incêndio em obra da construtora Cameron
Um
incêndio atingiu três contêineres da obra de um prédio da construtora
Cameron, no Bairro de Fátima, localizado na Rua Dom Sebastião Leme,
durante a manhã de ontem. Um grupo de operários manifestava, no local
,contra o salário em atraso há mais de um mês quando o fogo surgiu. A
empresa acusa os trabalhadores de terem começado o incêndio, mas eles
negam.O fogo começou a se alastrar por volta de 8h30, no abrigo dos trabalhadores do condomínio Felicitá, estendendo-se aos banheiros químicos e atingindo um quadro de energia. As chamas alcançaram cerca de 40 metros de altura, chamando atenção dos moradores. Às 9h30, sem feridos, o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros.
Salário
Segundo um trabalhador da construção, que preferiu não ser identificado, no momento em que o incêndio deu início ocorria reivindicação pela regularização do salário em atraso desde o dia 12 de fevereiro. O operário informou que a manifestação teria começado às 5h. “A manifestação começou porque a gente está há mais de um mês sem receber nosso salário e nenhuma providência é tomada”, disse o operário. Ainda de acordo com ele, não se sabe quem foi o autor do incêndio. “Nós não fizemos isso e querem colocar culpa na gente. Pode ter sido alguém infiltrado e se misturou na nossa reivindicação que é apenas salarial”, garantiu.
A obra do condomínio Felicitá deu início em 2010. No dia 26 de fevereiro deste ano os 180 trabalhadores paralisaram as atividades alegando atraso no pagamento, em aberto desde o dia 12 do mesmo mês. Além disso, cestas-básicas, vales-transportes e FGTS também estão atrasados. O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), Nestor Bezerra, afirmou que enquanto não houver o pagamento, os trabalhadores não vão deixar a obra. “O último pagamento desses trabalhadores foi no dia 12 de fevereiro e receberam, apenas, 43% do salário. Não dá para aguentar.Eles recebem alimentação aqui, mas a família e os filhos em casa, sem ter o que comer?”, questionou Nestor.
Segundo o coordenador, a paralisação na obra já está ocorrendo desde o dia 26 de fevereiro. “Esse fogo ninguém sabe o que originou, se alguém tocou ou se foi um curto-circuito. Sabe-se que o pessoal estava fazendo manifestação e o fogo apareceu. Uma coisa é real, não foram os trabalhadores. Se fosse, eles não estariam aqui e o que querem é resolver o problema de salário”, concluiu o coordenador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário