Auditores
e promotores do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Ceará
(TJDF-CE) que decidiram pela exclusão da agremiação do time do Fortaleza
do Campeonato Cearense deste ano, além do rebaixamento do time para a
Segunda Divisão em 2016, estão recebendo ameaças de represálias. A
informação é do delegado geral da Polícia Civil do Estado do Ceará,
Andrade Júnior. Ele disse, durante coletiva de imprensa realizada na
tarde de ontem, que um inquérito está sendo instaurado para apurar o
caso.
“Quando
envolve torcedores, os nervos afloram. Devido ao rebaixamento, por
conta de um processo em 2012, vários membros do TJDF, que votaram pela
decisão, estão sofrendo ameaças por parte, possivelmente, de
torcedores”, comentou o delegado, acrescentando que uma das linhas da
investigação segue na hipótese de que os envolvidos nas ameaças não
necessariamente partem de torcedores do Fortaleza. “Pode ser torcedor
infiltrado que, para se aproveitar da situação, gerou um fato para levar
a população a acreditar que as ameaças partam de torcedores do
Fortaleza”, explicou Andrade.
O
presidente do TJDF, Jamilson de Moraes Veras, afirmou que as ameaças
envolvem ligações anônimas, mensagens de telefone e redes sociais
incitando apedrejamento na residência e no veículo dos auditores e
procuradores, além de ameaça de morte. “Alguns envolvidos neste caso,
inclusive, compartilharam nas redes sociais dados pessoais como
endereços residenciais e telefones particulares, com o intuito de
mostrar que tem informações específicas sobre cada um e, assim, ameaçar e
constranger a postura dos auditores e procuradores”, informou.
Segundo
o presidente, a Polícia Civil foi procurada, na última sexta-feira
(27), na intenção de rastrear sobre os possíveis excessos. “Visamos
resguardar a integridade física dos membros do tribunal e o livre
julgamento do caso. Não vamos permitir que este tipo de fato aconteça”,
avisou.
Ataque
A
polícia também investiga o ataque à sede da Federação Cearense de
Futebol (FCF), no último sábado (28), onde também fica localizado o
Tribunal, no bairro Benfica. O prédio foi pichado com as cores azul e
vermelha, além de ter tido janelas apedrejadas.
Investigação
O
titular da Delegacia Especial do Torcedor, Romério Almeida, está
responsável pelas investigações. “As penas para quem praticou esses
delitos estão relacionadas ao Estatuto do Torcedor. O nosso objetivo é
identificarmos essas pessoas. O inquérito está instaurado e vamos ouvir
todas as partes e tentar concluir o mais rápido possível, para que não
aconteça algo mais grave”.
Ele
diz que já tem alguns indicativos dos possíveis autores devido ao
trabalho desenvolvido pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP).
“A Perícia Forense do Ceará (Pefoce) foi acionada para ajudar nas
investigações das ameaças e do ataque à sede da FCF”. Ele também não
descarta a possibilidade de os ataques e ameaças estarem sendo
realizados por torcedores infiltrados.
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