O
plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem requerimento de
convocação do ministro da Educação, Cid Gomes, para explicar suas
declarações de que a Casa abriga mais de 400 “achacadores”. A convocação
conta com o apoio da maioria e da liderança inflamada do presidente
Eduado Cunha (PMDB/ RJ). A convocação foi aprovada por 280 votos a favor
e 102 contra , além de 4 abstenções. Alguns deputados, apesar do
requerimento, defendem a renúncia do ministro.O líder do governo na Casa, José Guimarães (PT) liberou a bancada
governista e disse que as declarações de Cid não expressavam a opinião
do governo. Para ele, as declarações foram “infelizes”, mas Cid está
disposto a comparecer para prestar esclarecimentos.As declarações de Cid foram feitas a uma plateia de estudantes da
Universidade Federal do Pará, há uma semana. A fala do ministro, de que a
Câmara “tem de 300 a 400 achacadores”, segundo alguns parlamentares,
provocou sentimento geral de indignação, principalmente de Cunha,
mencionado por Cid como referência desse quadro.
A reação vai além da convocação para que o ex-governador do Ceará
preste esclarecimentos em plenário. Segundo participantes da reunião de
lideres, o ministro terá todos os interesses pessoais e de sua pasta
bloqueados na Câmara até que se retrate. Cunha teria dito a aliados que
“vai até o fim contra Cid”. O episodio agrava ainda mais a relação do
Congresso com o Governo. Ainda em retaliação, Cunha tirou de pauta a votação do projeto que cria
o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior
(Insaes). O projeto ganhou urgência, depois de pedido do ministro.
Agora, o peemedebista só pautará o projeto se for obrigado por um pedido
de regime de urgência feito por Dilma Rousseff – o que faria a proposta
trancar a pauta, se não votada, em até 45 dias.
Deputados do PROS e aliados do ministro tentaram justificar a fala,
afirmando que foi uma declaração infeliz, mas que Cid Gomes é um dos
ministros que tem vindo de 15 em 15 dias ao Congresso, mas a oposição e
aliados de outros partidos da base aliada criticaram duramente a fala.“Essa casa não é um prostíbulo que esse ministro acha que é”, afirmou o
deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), líder da minoria na Casa.
Parlamentares do PMDB estão pedindo sua demissão, por desrespeito com o
Congresso. “Só resta a Cid Gomes a renúncia. O ministro da Educação está
deseducando o povo no que é essencial para um país, a defesa da
democracia”, defendeu Danilo Forte (PMDB).
Penso eu - Será que não vai ficar um pouco cansativo Cid Gomes falar um por um?
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