Avião com dois amazonenses a bordo e mais de 600 tabletes de cocaína é abatido na Venezuela
Aeronave
bimotor da Embraer foi detectada pelos radares da Força Armada Nacional
Bolivariana e tentou fugir, mas chegou a ser abatida por caças
venezuelanos horas depois. Entre os destroços, estavam documentos
pessoais dos mortos, dinheiro em três moedas diferentes e muita droga
Um
avião com dois amazonenses a bordo foi abatido pela Força Aérea
Venezuelana, da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), na madrugada
do último domingo (24) no espaço aéreo do país vizinho, divulgou o
Ministério para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela. O
Itamaraty confirmou a notícia nesta quarta-feira (27). Klender Hideo de
Paula Ida, de 24 anos, e Fernando César Silva Da Graca, de 32, morreram
no local e mais de 600 tabletes de cocaína foram encontrados na
aeronave.
O
avião bimotor Embraer EMB-820C, de prefixo PT-RCN - que teria
supostamente saído do Aeroclube de Manaus e estava com a documentação em
dia - foi derrubado no município de Ricaurte, no estado venezuelano de
Cojedes, na Venezuela. Ele estava sendo pilotado por Klender Hideo, segundo autoridades. De acordo com informações, a família de Klender estava sem notícias do piloto há vários dias.
Uma
coletiva de imprensa nesta terça-feira (26), encabeçada por Ascanio
Irwin, presidente do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela, e com a
presença do comandante da Defesa Integral e do prefeito de Cojedes,
informou que a aeronave foi detectada ainda por volta de 19h45 de sábado
(23) pelos radares, na região de Puerto Ayacucho, no Sul da Venezuela e
próximo ao Amazonas.
A
FANB solicitou a identificação e pouso do avião pilotado pelos
amazonenses, sem resposta. De acordo com Irwin, o avião Embraer
conseguiu despistar os dois caças que o seguiam, auxiliados pelo mau
tempo meteorológico que se formou acima da cidade de Elorza, e fez
menção de pousar, sumindo dos radares. Só quase 3 horas depois é que os
caças avistaram a aeronave brasileira novamente, abatendo-a por volta de
0h40 de domingo.
No
local da queda dos destroços, visitado por Irwin na segunda-feira (25),
os corpos já estavam parcialmente carbonizados, mas documentos, como
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e passaportes dos dois
amazonenses, foram encontrados, assim como US$ 500, 1,7 mil pesos
colombianos e algumas moedas de real.
Ao todo, 616 tabletes de cocaína (comprovado por laudos forenses apresentados pelas autoridades venezuelanas) também estavam no avião. O local onde a droga estava armazenada e o motivo de permenecer intacta, apesar do avião estar irreconhecível, não foram esclarecidos. Também foi comprovado que a aeronave tinha um prefixo venezuelano falso "colado" em cima da identificação real.
Ainda
segundo Irwin, é claro para eles que a droga veio da Colômbia e tinha
Arauca como um dos destinos, mas que também poderia estar sendo levada
para alguma ilha do Caribe, já que o avião fazia a rota comumente
utilizada por narcotraficantes da América Central. Investigações estão
sendo conduzidas.
Procurado
pela reportagem no início da tarde desta quarta-feira (27), o Aeroclube
afirmou que só se pronunciará por meio de seus diretores, que estão no
local apenas pela parte da manhã. Uma atendente, que não quis se
identificar e nem pode responder oficialmente pela empresa, afirmou que
funcionários ficaram sabendo do incidente por meio da imprensa.
O
Itamaraty confirmou a ação. A Embaixada Brasileira na capital Caracas
foi comunicada pelo governo venezuelano ainda no domingo sobre a
presença dos amazonenses na aeronave abatida pelos caças latinos.
Segundo o Itamaraty, o órgão espera as famílias se manifestarem para
encaminhar os corpos de volta ao Brasil.
A
reportagem também entrou em contato com a Força Aérea Brasileira (FAB),
que ficou sabendo do incidente nesta quarta-feira e já deu início às
investigações sobre o incidente. Mais informações serão repassadas ainda
nesta quinta. Já a assessoria de comunicação da Polícia Federal no
Amazonas informou que ainda não teve pedido para investigar o caso.
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