Intervenção federal na Prefeitura de Juazeiro do Norte


RESULTADO DE AUDITORIA
MPF: Plano de ação aponta soluções para crise na saúde pública de Juazeiro do Norte
Elaborado por auditora nomeada para acompanhar o caso, o plano é resultado de análise de diversos problemas identificados no setor pelos procuradores da República Rafael Rayol e Celso Leal
Com o objetivo de subsidiar Estado e Município no processo de tomada de decisões pela melhoraria dos serviços de saúde pública em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, o Ministério Público Federal (MPF) reuniu, nesta quinta-feira, 28 de maio, gestores municipais e estaduais para apresentar um plano de trabalho para execução na saúde pública daquele município.
 
Elaborado em parceria com a doutora em Saúde Pública e auditora judicial Ângela de Oliveira Carneiro, o plano elencou os problemas identificados no serviço de saúde de Juazeiro do Norte e, para cada falha, foram apontadas propostas de solução. Todo o trabalho é resultado de auditoria e seminário realizado ainda em maio para discutir serviços do setor. Durante o período de auditoria, a prefeitura de Juazeiro do Norte ficou impedida de fazer qualquer movimentação financeira de verbas da saúde sem autorização prévia.
 
Reestruturação completa da rede; vontade política e compromisso do prefeito municipal de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo; apoio para planejar, executar e avaliar as ações; reformas nos setores de compras, licitação e jurídico para resolução de pendências, além de mudanças de cargos estratégicos foram alguns dos caminhos apontados pela auditora como saídas para driblar a má gestão na área da saúde do município.
 
Entre os problemas expostos, destacam-se o desordenamento da rede hospitalar do município: hospital infantil funcionando como pronto atendimento de atenção básica e hospital Tasso Jereissati como retaguarda de pacientes para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com apenas dez leitos de clínica médica de baixa complexidade.
 
Para a auditora Ângela de Oliveira Carneiro, o desconhecimento e a falta de controle por parte da gestão municipal sobre a situação financeira da pasta são um dos gargalos da crise. "O fundo municipal não é gerenciado pela secretária de saúde, o que impede um planejamento dos gastos com base na situação atual do município", destaca a auditora.
 
Também foi apontado como problema da rede municipal o atendimento nos setores de urgência insuficiente para a demanda de Juazeiro do Norte. Entre as diversas soluções sugeridas pelo plano, está a inauguração de UPA que já está pronta no bairro Lagoa Seca, além da capacitação dos profissionais da rede.
 
Reabrir o Hospital Tasso Jereissati, terminar as obras de estrutura física, equipar o hospital, realizar estudos para dimensionar os serviços a serem ofertados além de clínica médica e discutir estratégias de contratação de pessoal também foram citados como propostas para enfrentar a má gestão na área da saúde.
 
Entenda o caso
 
Em fevereiro de 2015, o MPF em Juazeiro do Norte propôs ação civil pública contra a Prefeitura de Juazeiro do Norte, Estado do Ceará e União, requerendo a nomeação de um auditor judicial para supervisionar todas as decisões da Secretária de Saúde do município, incluindo as ordenações de despesas e elaboração de um plano de ação. Toda a atuação do MPF ao lado da auditora foi acompanhado pelos procuradores da República Rafael Rayol e Celso Leal.

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