Daqui pra China

Missão da China vai a fazendas cearenses

Dois técnicos da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena de Animais e Plantas da República Popular da China (equivalente ao Ministério da Agricultura brasileiro), desembarcaram estarão no Ceará, hoje e amanhã, inspecionando o processo de fruticultura cearense. A intenção é que, caso fiquem satisfeitos, as barreiras fitossanitárias hoje existentes sejam extintas e a China passe a importar melão e melancia produzidos no Estado.
Os chineses querem conhecer as principais fazendas produtoras do Ceará e Rio Grande do Norte. Tais frutas são comercializadas no mercado interno brasileiro e exportadas para os Estados Unidos, Europa, Rússia e Oriente Médio.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, essa é uma importante oportunidade de fechar negócio com um dos maiores compradores mundiais. “Se tudo der certo e fecharmos negócio com os chineses, certamente a nossa produção irá dobrar.
Todo o cultivo de melão e melancia aqui no Ceará vem de áreas livres da chamada mosca azul, que ataca essas frutas. Já somos certificados por mercados exigentes como o dos Estados Unidos, estamos confiantes”, ressaltou.
Significante
O consumo das frutas na China é bastante significativo, especialmente, tendo em vista o tamanho de sua população, atualmente em 1,36 bilhão de habitantes. Apenas para comparação, o país consome cerca de 42 quilos per capita de melancia por ano. Aqui no Brasil, o consumo é de 57 quilos per capita, isso somando-se todas as frutas consumidas. “Outro fator que nos favorece, atualmente, é a reforma do Canal do Panamá, que vai reduzir em cerca de dez dias o tempo de viagem até a Ásia”, completou Barcelos. O Porto do Pecém é um dos principais exportadores de frutas do Brasil e, com a obra no Panamá, aumentará significativamente sua movimentação.
Para fechar o cronograma de atividades, os chineses vão se reunir com produtores locais e representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) e Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), amanhã, a partir das 9 horas, na Superintendência Federal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na ocasião, os dois técnicos vão apresentar as suas considerações acerca das frutas brasileiras, bem como o futuro das negociações visando à exportação para a China. No ano passado o Ceará exportou US$ 118,9 milhões em frutas frescas. Desse montante, melão e melancia apresentam a maior rentabilidade, com US$ 88,7 mi e US$ 14,1 milhões em exportações, respectivamente.

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