Ordem de prisão para seis dos 33 suspeitos da violação coletiva
Os
seis homens são suspeitos de terem violado uma jovem de 16 anos e foram
dados como fugitivos. Restam identificar outros 27 homens
Um
juiz do Rio de Janeiro ordenou ontem a detenção de seis dos cerca de 30
suspeitos de terem violado uma adolescente de 16 anos numa favela, mas a
polícia brasileira não conseguiu encontrar nenhum deles, informaram
fontes oficiais.Os acusados foram declarados fugitivos pela justiça brasileira, depois de dezenas de agentes da polícia militarizada do Rio de Janeiro terem realizado uma intensa operação de busca em várias favelas da cidade, sem que tenham detetado nenhum dos suspeitos.
A operação decorreu cinco dias depois de várias pessoas terem denunciado a circulação de um vídeo nas redes sociais, no qual a jovem aparece nua e desmaiada, com os órgãos genitais a sangrar, enquanto o autor da gravação comenta que foi violada por pelo menos 30 pessoas.
A jovem denunciou, perante a polícia, que foi drogada e violada por 33 homens, alguns armados com pistolas e espingardas, numa casa usada por alegados traficantes de droga para encontros sexuais com menores no Morro do Barão, um bairro pobre na zona oeste do Rio de Janeiro.
Entre os acusados sob ordem de detenção encontra-se um homem conhecido como "Da Russa" e que é identificado como o chefe da organização que controla o tráfico de drogas no Morro do Barão.
Outro dos visados na ordem de detenção é um homem de 22 anos que no sábado se apresentou numa esquadra da polícia, identificando-se como o autor do vídeo difundido na Internet.
Este homem disse ter tido relações sexuais "consentidas" com a vítima, mas negou ter participado na alegada violação coletiva.
Outro dos fugitivos é o homem que publicou, em primeiro lugar, o vídeo nas redes sociais. Foi ordenada a detenção de dois outros homens.
Os seis suspeitos foram procurados, sem sucesso, em diferentes casas nas favelas da Cidade de Deus e Rula, assim como nos bairros de Recreio dos Bandeirantes, Taquara e Praça Seca.
O caso chocou o Brasil e gerou uma cadeia de condenações nas redes sociais, incluindo de Dilma Rousseff, a Presidente temporariamente suspensa do cargo, e do Governo interino liderado por Michel Temer, além de organismos como as Nações Unidas, entre outros.
Em várias cidades brasileiras decorreram manifestações de apoio à jovem e de condenação às violações e às tentativas de responsabilizar as vítimas.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é violada a cada 11 minutos no país e, em 2014, 47.636 pessoas foram vítimas de agressões sexuais.
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