Opinião
O
lançamento, na Europa, do filme "Ele está de volta", uma "comédia"
"leve" sobre o que aconteceria se Adolf Hitler voltasse à Alemanha de
nossos dias, com cenas de pessoas parando, na rua, para tirar selfies
com o maior assassino da História; e o relançamento de sua obra-síntese,
o "Mein Kampf" - "Minha Luta", em vários países - uma edição portuguesa
esgotou-se em poucas horas, esta semana, na Feira do Livro de Lisboa -
mostram que, mais do que perder o medo de Hitler, o mundo está, para com
ele, cada vez mais simpático, no rastro da entrega - quase sem
concorrência - dos grandes meios de comunicação globais a meia dúzia de
famílias e de milionários conservadores que, se não simpatizam
abertamente com o nazismo, com ele comungam de um profundo, hipócrita, e
tosco anticomunismo, fantasma a que sempre recorrem quando seus
interesses estão em jogo, ou se sentem de alguma forma ameaçados.
Como
também mostram o filme e o livro, e manifestações em vários lugares do
planeta, defendendo a tortura, a ditadura, o racismo, o sexismo, a
homofobia, o criacionismo, o fundamentalismo religioso, não é Hitler que
está de volta.
É o Fascismo.
Um
perigo sempre iminente, permanente, persistente, sagaz, que se esconde
no esgoto da História, pronto a emergir, como a peste, com sua pregação e
suas agressões contra os direitos individuais, a Liberdade e a
Democracia, regime que não apenas odeia, como despreza, como um arranjo
de fracos e de tolos, desprovidos de mão forte na defesa dos seus
interesses.
Os
interesses de uma elite "meritocrática" e egoísta, ou da elite sagrada,
ungida por direito de sangue e de berço, na hora do nascimento.
Mauro Santayana é jornallista e meu amigo.
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