Pimentel:
Perícia comprova que Dilma não pedalou nem cometeu crime
Para o senador, a
conclusão da Junta Pericial demonstra a inocência da presidenta
A conclusão da Junta Pericial do Senado mostra que a presidenta
da República afastada, Dilma Rousseff, não cometeu qualquer crime que
justifique seu impedimento. A análise foi feita pelo senador José Pimentel
(PT-CE), nesta segunda-feira (27/6), na reunião da Comissão Especial do
Impeachment.
Ao fazer perguntas ao ex-ministro do Desenvolvimento Agrário,
Patrus Ananias, o senador questionou “como é possível punir alguém sem ter um
ato que tenha praticado para a consumação desse crime?”. E Pimentel concluiu: “este
será o primeiro processo que nós estamos tomando conhecimento em que uma pessoa
não é parte, mas é responsabilizada por aquilo que ela não fez. Por isso, eu
tenho certeza de que a senhora presidenta será absolvida”.
Pimentel ressaltou que, em relação à equalização das taxas de
juros do Plano Safra, a perícia não identificou ato de Dilma relacionado aos
atrasos de pagamento do governo. “A perícia não identificou ato comissivo da
presidente que tenha contribuído direta ou imediatamente para que ocorressem os
atrasos nos pagamentos", informou.
Pimentel questionou Patrus sobre a base legal da denúncia que
aponta irregularidades no processo de equalização das taxas de juros do Plano
Safra. “É possível que um contrato de prestação de serviço passe a ser
considerado um empréstimo apenas em decorrência da cobrança de juros no atraso
do pagamento das parcelas?”, perguntou o senador.
Ao responder, o ex-ministro ponderou que o processo de
julgamento de um presidente da República deveria analisar os fatos constantes
da denúncia num contexto mais amplo que considerasse as prioridades governamentais.
“Não podemos pensar os contratos que repercutem no bem comum e no interesse
coletivo como contratos regidos pelo Código Civil e, sim, pelo Direito Administrativo
ou à luz dos princípios e normas constitucionais, tendo sempre como questão de
fundo o interesse público”, afirmou.
Sobre a edição de decretos de créditos suplementares, o senador
informou que na avaliação dos peritos, a presidenta Dilma não recebeu alerta
sobre possível irregularidade. Pimentel voltou a perguntar ao ex-ministro: “é possível responsabilizar, nesse
caso, a Presidência da República pelos atos praticados pelos consultores, pelos
assessores, pela Advocacia-Geral da União e pelo ministro de Estado, que
encaminha ao Palácio do Planalto, para fins de deliberação sobre essa matéria? Há
dolo por parte da Senhora Presidenta nesses decretos?
Novamente, Patrus
Ananias ressaltou a importância de que os atos do governo sejam considerados em
contexto amplo, quando um processo de impeachment está em curso. “É impossível
ao gestor ter acompanhamento de todas as coisas, por mais determinado que seja.
Não podemos exigir que o chefe do Executivo tenha conhecimento de tudo”,
concluiu.
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