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Aeroportos dos EUA têm protestos após Trump barrar imigrantes13 fotos
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29.jan.2016
- Manifestantes protestam contra bloqueio a imigrantes determinado por
decreto do presidente Donald Trump no aeroporto internacional de Dallas,
no Texas. A nova regra impõe controle por três meses contra viajantes
procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen
VEJA MAIS > Imagem: Morty Ortega/AFP
Contradizendo as recentes medidas adotadas pelo governo americano, o
chefe de Gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, afirmou neste domingo
(29), que a ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump
barrando a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana "não
inclui pessoas com o green card", a permissão de moradia e trabalho nos
EUA.
A afirmação de Priebus vai contra as ações adotadas pela imigração dos EUA,
orientadas pelo Departamento de Segurança Interna, e
do próprio Trump, que afirmou que os EUA necessitam imediatamente de
fronteiras mais fortes e restritivas. Desde a noite de sexta, refugiados
e passageiros começaram a ser impedidos de entrar no país. Agora,
segundo Priebus, essas pessoas não serão mais impedidas de retornar ao
território americano.
Em entrevista à rede NBC, o chefe de
Gabinete da Casa Branca afirmou que qualquer pessoa que transitar por um
dos sete países vetados (Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e
Iêmen) passará por um processo maior de investigação e apuração para a
entrada no país, incluindo cidadãos americanos.
"Não estamos
anulando o Departamento de Segurança Interna, e a medida não afeta os
que possuem o green card", disse Priebus. Questionado sobre o motivo
pelo qual os cidadãos com o documento estão sendo barrados, o chefe de
Gabinete justificou afirmando que "se você está indo e voltando, será
submetido a uma investigação adicional".
Questionado se os cidadãos americanos também podem sofrer o impacto
desse bloqueio, Priebus respondeu que dependerá da "autoridade
discricionária" dos funcionários do governo. "Se for um cidadão que vem e
vai à Líbia (um dos países vetados), é provável que o submetam a mais
perguntas quando chegar ao aeroporto", explicou.
Ele ainda
sugeriu que a ordem executiva de Trump pode incluir mais países no veto,
e que os sete países foram escolhidos com base na apuração do Congresso
de que são nações envolvidas em terrorismo --não foi feito nenhum
comentário sobre o fato de que Trump não possui negócio em nenhum destes
lugares ou que países como a Arábia Saudita, de onde eram a maior parte
dos terroristas que executaram o 11 de Setembro, não foram vetados.
Priebus também pareceu contradizer um funcionário do governo que disse
no sábado que os residentes necessitarão de uma isenção do consulado dos
EUA para retornar. Segundo esse funcionário, o processo será
desenvolvido caso a caso e essas pessoas deverão passar por uma
entrevista no consulado dos EUA antes de saírem de seus países.
O
chefe de Gabinete da Casa Branca era presidente do Partido Republicano
até a posse de Trump, e atuou durante toda a campanha e a transição de
governo como uma ponte entre Trump e a ala do partido que era contra a
sua candidatura. Priebus também é próximo do presidente da Câmara, Paul
Ryan, com quem Trump não tem boas relações.
Confusão nos aeroportos e na Justiça
Trump causou enorme polêmica, dentro e fora dos Estados Unidos, com a
ordem executiva que assinou na sexta-feira passada para combater o
terrorismo jihadista.
O decreto suspende tanto a entrada de
todos os refugiados durante 120 dias como a concessão durante 90 dias de
vistos a sete países de maioria muçulmana com histórico terrorista até
que sejam estabelecidos novos mecanismos de vigilância.
Segundo
cálculos do site "ProPublica" baseados em dados estatísticos, cerca de
500 mil cidadãos desses sete países receberam um "green card" durante a
última década.
O veto provisório provocou caos e indignação no
sábado, quando vários viajantes foram barrados ao chegarem aos EUA e
geraram protestos em vários aeroportos americanos.
No sábado, a
juíza Ann Donnelly, de Brooklyn, em Nova York, ordenou que as
autoridades não deportassem refugiados previamente aprovados desses
países. Ela decidiu em um processo legal de dois homens iraquianos que
foram retidos no aeroporto JFK.
Pelos Estados Unidos, advogados
trabalharam a noite inteira para ajudar viajantes presos na confusão dos
aeroportos, depois que o presidente republicano decidiu na sexta-feira
impedir a imigração de sete países e temporariamente paralisou a entrada
de refugiados.
Advogados e procuradores disseram que enviaram petições em mais de 100 casos para viajantes ao redor do país.
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos disse, em um
comunicado no domingo, que cumprirá as ordens judiciais ao mesmo tempo
em que implementará o decreto de Trump "para garantir que aqueles que
entram nos Estados Unidos não apresentam ameaças para nosso país e para o
povo norte-americano". (Com agências internacionais)