Reforma
quer reduzir papel do Estado no sistema previdenciário, diz Pimentel
O senador participou
de debate em Cuiabá, com público de mais de 700 pessoas
O
senador José Pimentel (PT-CE) afirmou nesta sexta-feira (10/3), em Cuiabá, que
“o objetivo principal da proposta de reforma da previdência social é retirar
qualquer contribuição do Estado para o custeio do sistema previdenciário
brasileiro”. Pimentel participou de audiência pública para debater a reforma
previdenciária, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com a presença de
mais de 700 pessoas, entre parlamentares e lideranças dos movimentos sindical e
social. O debate foi proposto pelo deputado federal
Ságuas Moraes (PT) e pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT).
Durante
o debate, Pimentel afirmou que a tese do déficit da
previdência social foi utilizada pelo governo do presidente Michel Temer para
garantir que apenas os empregadores e trabalhadores assumam o financiamento do
sistema previdenciário. O senador destacou que essa tese vale principalmente
para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), onde estão concentrados os
benefícios para a maioria da população mais pobre do Brasil. “Em um ano, eles
criaram um rombo de R$ 46 bilhões na previdência urbana que foi superavitária de
2009 a 2015”, apontou.
Segundo
Pimentel, a PEC 287/2016 avança no projeto de redução
do papel do Estado para que as despesas do governo sejam reduzidas e sobrem mais
recursos para o pagamento da dívida pública, numa medida clara de benefício ao
mercado financeiro.
Ao mesmo tempo, destacou o senador, as novas regras são tão duras
que estimulam a população a buscar planos de previdência privada para garantirem
sua sobrevivência após a aposentadoria. “Ao estimular a previdência privada, o
governo Temer favorece os bancos que, em grande parte, financiaram o golpe para
derrubar um projeto de nação que tinha por objetivo o crescimento econômico com
distribuição de renda e inclusão social. Um sistema onde todos ganharam. Mas os
mais pobres ganharam mais”, afirmou.
A visão de mercado que norteia a proposta de reforma
previdenciária do governo Temer fica ainda mais evidente, segundo Pimentel, nas
novas regras para os trabalhadores rurais. O senador lembrou que sob a ótica
meramente econômica, um trabalhador urbano custa ao Estado - em oferta de
serviços públicos como transporte, saneamento, segurança etc - por mês, dois
salários mínimos. Já o trabalhador rural tem custo de um salário mínimo.
Portanto, ressaltou Pimentel, “mesmo mantendo a idade atual de aposentadoria
para homens e mulheres, o trabalhador rural significa uma economia de 50% para
as despesas do país. Infelizmente, a maldade daqueles que acham que tudo deve
ser a favor do mercado, não lhes permite considerar isso. Para eles, não somos
gente, somos um ponto numa escala de custos”, considerou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário