Congresso de urologia vai ser aqui

Evento discute inovações para tratar doenças urológicas

Discutir inovações no diagnóstico e tratamento de doenças urológicas é o objetivo do XXXVI Congresso Brasileiro de Urologia, que acontecerá entre os dias 26 a 29 de agosto, no Centro de Eventos do Ceará. Segundo o presidente do comitê organizador local, urologista Marcos Flávio Rocha, a especialidade médica vem passando por grandes transformações, que permitem diagnosticar doenças com mais precisão e antecedência, resultando no aumento da chance de cura. “Chega a 90% a taxa de cura dos pacientes com câncer de próstata diagnosticado em estágio inicial”, alerta.
A cada 30 minutos, um homem morre de câncer de próstata. Apenas em 2016, a doença matou quase 400 homens no Ceará. Por isso, o tema terá ênfase no congresso. Assintomática, a doença requer cuidados preventivos, que passam pela qualidade de vida (alimentação saudável e prática de esportes) e, a partir dos 50 anos, consultas anuais com o urologista.
Agilidade
O desenvolvimento de exames de imagens já difundidos, como a ressonância magnética, torna possível detectar cânceres antes não identificáveis. Outros tipos de testes igualmente despontam. É o caso do PET-CT com PSMA, um marcador que consegue identificar quais células estão alteradas com precisão maior do que nos métodos tradicionais.

Com base nessa avaliação mais clara do tecido alterado, o cirurgião pode realizar procedimentos específicos, pois ele sabe se as células cancerígenas estão restritas a um foco ou área maior.
Entre os recursos terapêuticos, destaca-se a cirurgia robótica. Método minimamente invasivo realizado através de incisões de até 1 centímetro e com auxílio de robô, a técnica tem sido empregada com eficiência no tratamento de diversas patologias.
Alento
Mesmo diagnosticados precocemente, alguns cânceres de próstata são mais agressivos. O paciente apresenta um quadro intermediário, no qual a doença é localizada, mas avançada. Ele não tem metástase à distância (quando a doença começa a se espalhar por outros órgãos), mas o câncer já ultrapassa os limites da próstata.

Nesses casos, é possível adotar tratamentos associativos, que envolvem cirurgia e técnicas de radioterapia. Com uma dosagem diferente, a radioterapia ocasiona menos sequelas pois atinge a área de forma mais focalizada, sem afetar tecidos próximos (pelve, bexiga e reto). Isso causa menos inflamação e sangramento, entre outros fatores debilitantes.
A medicina também evolui nos casos em que há metástase. É possível controlar o câncer, diminuindo seu ritmo de evolução, ou mesmo impedindo esse processo. Isso amplia a sobrevida (em alguns casos, para além de 10 anos) e melhora a qualidade de vida. O paciente sente menos dor e pode ter certo grau de autonomia na rotina cotidiana.
Formas contemporâneas de quimioterapia contribuem no tratamento, assim como novos remédios como abiraterona, que inibem a produção dos vasos dos tumores. O tratamento é eficiente pois não altera a dinâmica de todo o organismo. Empregada nos casos em que a quimioterapia não apresentou resultado satisfatório, a abiraterona é capaz de impedir seletivamente apenas a proliferação de substâncias nocivas.
Pluralidade
O congresso terá uma grade científica abrangente. Um problema comum entre mulheres é o surgimento de infecções urinárias. A alteração ocorre por deficiência de imunidade ou peculiaridade anatômica. O mais importante é procurar não contaminar a uretra durante a higiene pessoal, que deve ser feita da frente para trás. Nos casos recorrentes, o tratamento é preventivo, com a utilização de medicamentos. Hábitos saudáveis também são necessários, como boa ingestão de líquido (2 litros por dia) e não segurar a micção.

Marcos Flávio Rocha afirma que há três picos de incidência de infecção urinária na mulher: aos três anos, quando a criança começa a ter autonomia para ir ao banheiro; na juventude, com o início da atividade sexual e na menopausa, quando a diminuição da produção de hormônios reduz as defesas do organismo.
Marcos ressalta que não é o parceiro que transmite a doença. O próprio ato sexual propicia seu surgimento, pois facilita o deslocamento de bactérias da mulher (presentes na pele, vagina e ânus) para a uretra.

SERVIÇO
XXXVI Congresso Brasileiro de Urologia (CBU). Período: 26 a 29 de agosto. Local: Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 – Edson Queiroz).

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