A pouco mais de um ano das eleições para a Presidência, os governos
estaduais e o Congresso Nacional, os brasileiros manifestam rejeição
generalizada à classe política, independentemente de partidos, e ao
atual modelo de governo. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, apenas 6%
dos eleitores se sentem representados pelos políticos em quem já
votaram.
Desde novembro do ano passado houve queda de nove pontos porcentuais
na taxa dos que se consideram representados. A onda de negativismo
contamina a percepção sobre a própria democracia: só metade da população
considera que esse é o melhor regime para o Brasil, e um terço afirma
que não é. Quando os eleitores são questionados especificamente sobre o
modelo brasileiro de democracia, a taxa de apoio é ainda mais baixa: 38%
consideram que é o melhor regime, e 47% discordam.
Passado pouco mais de um ano das manifestações de massa que
culminaram no fim do governo petista de Dilma Rousseff, nada menos do
que 81% dos entrevistados pelo Ipsos manifestaram concordância com a
afirmação de que o problema do País não é o partido A ou B, mas o
sistema político.
Para 94%, os políticos que estão no poder não representam a
sociedade. Apenas 4% acham o contrário. Quem está na oposição também é
alvo de desconfiança. Quando a pergunta é sobre os políticos em quem os
entrevistados já votaram em algum momento, 86% dizem não se sentir
representados.
Os dados do Ipsos são parte de um levantamento chamado Pulso Brasil,
realizado mensalmente desde 2005 para monitorar a opinião pública sobre
política, economia, consumo e questões sociais. Foram ouvidos 1,2 mil
entrevistados, em 72 municípios, entre os dias 1.º e 14 de julho. A
margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Com informação do Jornal Estadão
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