França vê Neymar pela primeira vez joogando em casa

Com Neymar, futebol francês muda perfil e adota modelo importador

Quando Neymar pisar no Stade du Roudourou, em Guingamp, para estrear pelo Paris Saint-Germain, terá invertido de vez a ordem do mercado na França. Nos últimos anos, o futebol do país foi exportador. Graças aos 222 milhões de euros pagos pelo PSG (cerca de R$ 810 milhões) pelo brasileiro, isso mudou.
Inscrito na Federação Francesa, ele deve jogar neste domingo (13), às 16h (de Brasília), embora a escalação não tenha sido definida pelo técnico Unai Emery.
"Uma contratação como essa é capaz de pôr o Campeonato Francês e o PSG em patamar diferente. Eleva a competitividade do torneio e também como o futebol do país é visto", diz Daniel Alves.
Neste ano, os clubes da primeira divisão francesa investiram 576,7 milhões de euros (R$ 2,15 bilhões) em reforços.
Sem Neymar, seriam 354,76 milhões de euros (R$ 1,32 bilhão). A maior venda desta janela de transferências, que se fecha no próximo dia 31, foi a do lateral Mendy, negociado pelo Monaco com o Manchester City por 57,1 milhões de euros (R$ 213,7 milhões).
Neymar no Paris Saint-Germain
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Nas saídas de atletas, os times arrecadaram 499,76 milhões (R$ 1,87 bilhão). O saldo positivo é de 77 milhões de euros (R$ 288 milhões).
Foi a primeira vez em quatro anos que os valores das contratações superam os da venda de atletas.
"O fato de Neymar ter aceitado jogar o nosso campeonato mostra que somos competitivos. Ele é uma mega estrela. É único. Vai nos fazer crescer no aspecto esportivo, financeiro e de imagem", afirma a presidente da LFP (Liga de Futebol Profissional), Nathalie Boy de la Tour.
Na temporada 2016/2017, por exemplo, os clubes da primeira divisão do Campeonato Francês tiveram superávit de 13,7 milhões de euros em transações (R$ 51,3 milhões).
Foram vendidos 383,8 milhões de euros (R$ 1,43 bilhão) em jogadores e gastos 370,1 milhões de euros em contratações (R$ 1,38 bilhão).
O investimento maior foi do PSG, responsável pelas três aquisições mais caras: o meia Draxler, o volante Krychowiak e o lateral Guedes.
Os principais clubes da Europa possuem olheiros para trabalhar apenas nos jogos da liga francesa. O país é tido como o local onde é mais provável descobrir jogadores que podem ser contratados sem valerem uma fortuna.
"A quantidade de talento bruto disponível com concorrência menor é maior na França do que em outros países", declara Gilles Grimandi, ex-lateral e hoje observador técnico do Arsenal.

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Modelo importação Com Neymar, futebol francês mais compra do que vende
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Na lista das cinco principais ligas da Europa, a francesa é a quinta em quase todos os critérios adotados pela empresa Deloitte, que publicou estudo em 2016 sobre as finanças no futebol.
"A chegada de Neymar pode nos dar um impulso na negociação dos direitos de televisão", complementa Nathalie Boy de la Tour.
Com um contrato de 656 milhões de euros (R$ 2,45 bilhões) repartidos entre os 20 times da elite, a França está distante da Inglaterra, onde as emissoras pagam 2,57 bilhões de euros (R$ 9,6 bilhões) para exibirem jogos.
A média de arrecadação dos clubes franceses é de 74 milhões de euros (R$ 277 milhões) por ano. Na Inglaterra, 243 milhões de euros (R$ 909 milhões).

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