Policiais e traficantes extorquiam criminosos
Os áudios revelam como os policiais recebiam orientações para flagrar
traficantes e cometer crimes de extorsão. Em uma das gravações, um
criminoso aponta onde um líder do tráfico vai fazer a entrega de drogas
no Bairro Bom Jardim, em Fortaleza. A ideia é que os policiais façam o
flagrante do crime para cobrar valores dos suspeitos para que a droga
seja liberada. O grupo de policiais militares extorquia traficantes e
outros criminosos na área do 17º Batalhão, no Bairro Conjunto Ceará.
Investigação
O Gaeco e a Coordenadoria Integrada de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) chegaram até aos militares durante as investigações sobre organizações criminosas. Nessa fase da operação, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão emitidos pela Justiça Militar.
Em uma ação monitorada pelos investigadores, os quatro sargentos, com a participação de outro suspeito, que não é policial, foram flagrados abordando em um carro da Polícia o veículo de um traficante, na Avenida Osório de Paiva. Eles sequestraram o homem para obter vantagem financeira mediante pagamento de resgate. De acordo com as gravações os policiais ficaram cerca de três horas rodando com o traficante, onde conseguiram extorquir a quantia de mil reais, não satisfeitos com o valor, os PMs tiraram o som do carro, que estava avaliado em torno de oito mil reais. Os áudios ainda apontam que os policiais combinaram um encontro com o traficante, no dia seguinte, para extorquir mais dinheiro.
Segundo o MPCE, o traficante, que na ocasião estava com entorpecentes, somente foi libertado após pagar a quantia exigida pelos policiais militares. Além das prisões, foi apreendida uma quantia em dinheiro, de origem ainda desconhecida, e cerca de 30 relógios que estavam em poder de um dos policiais.
Após o flagrante, os militares presos passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML) e depois foram encaminhados ao Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Além do processo criminal, onde os policiais podem ficar de oito a 15 anos de prisão, os policiais envolvidos nos crimes responderão a procedimento disciplinar na CGD, com penas que podem chegar à demissão.
SSPDS
A SSPDS frisou, por meio de nota, “que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta por parte de seus servidores. Para apurar tais casos, o Governo do Estado tem em sua estrutura um órgão autônomo e independente, que é a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD)”.
Confira um trecho da descrição da conversa:
Traficante: Ele [traficante de drogas que fará distribuição de entorpecentes em Fortaleza] roubou um policial federal. Ele tem uma casa de praia lá, mas só está indo pra pegar a droga e distribuir.
Sargento da PM: Ele matou o policial?
Traficante: Não, assaltou; levou celular, cordão de ouro. Tu tá em qual rota?
Sargento da PM: Eu tô aqui no (Bairro) João XXIII.
Traficante: Vai dar certinho. Ele despacha (a droga) no (Bairro) Bom Jardim.
Sargento da PM: Tu tem que me dizer onde ele vai estar pra eu dar o bote antes.
Traficante: Fica tranquilo que a gente vai marcar esse bote aí, pra conseguir esse dinheiro.
Sargento da PM: Tá certo, vou mandar o menino campanar (ficar de prontidão para registrar o flagrante de um crime) ele. O negócio dele é alto, dá pra colocar o menino na fita.
Traficante: Ele vai desconfiar, baitola. Faça o seguinte, essas coisas eu só confio em você. A toca dele é perto da Cagece, manda o menino campanar ele ali.
Sargento da PM: Vou mandar um cara de moto na [Avenida] Osório [de Paiva].
Traficante: Faça a campana na Cagece, que a toca dele é ali, pro bote ser bem dado.
Investigação
O Gaeco e a Coordenadoria Integrada de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) chegaram até aos militares durante as investigações sobre organizações criminosas. Nessa fase da operação, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão emitidos pela Justiça Militar.
Em uma ação monitorada pelos investigadores, os quatro sargentos, com a participação de outro suspeito, que não é policial, foram flagrados abordando em um carro da Polícia o veículo de um traficante, na Avenida Osório de Paiva. Eles sequestraram o homem para obter vantagem financeira mediante pagamento de resgate. De acordo com as gravações os policiais ficaram cerca de três horas rodando com o traficante, onde conseguiram extorquir a quantia de mil reais, não satisfeitos com o valor, os PMs tiraram o som do carro, que estava avaliado em torno de oito mil reais. Os áudios ainda apontam que os policiais combinaram um encontro com o traficante, no dia seguinte, para extorquir mais dinheiro.
Segundo o MPCE, o traficante, que na ocasião estava com entorpecentes, somente foi libertado após pagar a quantia exigida pelos policiais militares. Além das prisões, foi apreendida uma quantia em dinheiro, de origem ainda desconhecida, e cerca de 30 relógios que estavam em poder de um dos policiais.
Após o flagrante, os militares presos passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML) e depois foram encaminhados ao Quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Além do processo criminal, onde os policiais podem ficar de oito a 15 anos de prisão, os policiais envolvidos nos crimes responderão a procedimento disciplinar na CGD, com penas que podem chegar à demissão.
SSPDS
A SSPDS frisou, por meio de nota, “que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta por parte de seus servidores. Para apurar tais casos, o Governo do Estado tem em sua estrutura um órgão autônomo e independente, que é a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD)”.
Confira um trecho da descrição da conversa:
Traficante: Ele [traficante de drogas que fará distribuição de entorpecentes em Fortaleza] roubou um policial federal. Ele tem uma casa de praia lá, mas só está indo pra pegar a droga e distribuir.
Sargento da PM: Ele matou o policial?
Traficante: Não, assaltou; levou celular, cordão de ouro. Tu tá em qual rota?
Sargento da PM: Eu tô aqui no (Bairro) João XXIII.
Traficante: Vai dar certinho. Ele despacha (a droga) no (Bairro) Bom Jardim.
Sargento da PM: Tu tem que me dizer onde ele vai estar pra eu dar o bote antes.
Traficante: Fica tranquilo que a gente vai marcar esse bote aí, pra conseguir esse dinheiro.
Sargento da PM: Tá certo, vou mandar o menino campanar (ficar de prontidão para registrar o flagrante de um crime) ele. O negócio dele é alto, dá pra colocar o menino na fita.
Traficante: Ele vai desconfiar, baitola. Faça o seguinte, essas coisas eu só confio em você. A toca dele é perto da Cagece, manda o menino campanar ele ali.
Sargento da PM: Vou mandar um cara de moto na [Avenida] Osório [de Paiva].
Traficante: Faça a campana na Cagece, que a toca dele é ali, pro bote ser bem dado.
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