O PAÍS DO AGORA, VAI
Coluna Carlos Brickmann
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(Edição dos jornais de DOMINGO, 27 de agosto de 2017)
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Gente
de sucesso, profissionais mundialmente reconhecidos, devem disputar as
eleições de 2018. Um deles, duas vezes escolhido o Melhor do Mundo, é
Ronaldinho Gaúcho, do Podemos (ex-PTN) em Brasília. Pode tentar o
Senado, onde ficará ao lado de seu companheiro de partido, Romário; ou
buscar a deputança. No Rio, o fantástico Bernardinho, craque do vôlei e
vitorioso técnico da Seleção, tem tudo para disputar o Governo, talvez
enfrentando Eduardo Paes, o prefeito das Olimpíadas. E há Tiririca – que
talvez desista, por achar que o Congresso não é lá essas coisas.
As
demais articulações são semi-secretas (os envolvidos desmentem, mas um
deles vaza a notícia). Aécio e Tasso se unem para evitar que Alckmin
chegue agora ao comando nacional do PSDB. Mas Tasso garante que Alckmin
deve ser o próximo presidente do partido, no fim do ano. E diz que
Aécio, presidente licenciado, não volta ao comando: ele, Tasso, o
presidente interino, é, em suas palavras, “o único presidente do PSDB”.
Dória
diz que não é candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin diz
que gostaria de ser candidato – o que não é novidade, porque já foi uma
vez, perdeu, e hoje não trata de outro tema. Dória o apoia, mas corre o
país em campanha. Fernando Henrique falou mal de Dória, mas se reuniram e
tudo bem. Qual a verdade? No caso do PSDB, não creia em alianças. Mas
acredite em notícia de briga de tucanos. Eles detestam uns aos outros.
Palpite distante
Falta
mais de um ano para as eleições, e em política isso é muito tempo. Já é
possível, porém, fazer uma primeira avaliação: Alckmin está na frente
no PSDB. Deve apresentar-se como líder tranquilo, experiente, maduro,
capaz de acalmar o país. Dória só sai se o eleitorado quiser alguém mais
agressivo, capaz de enfrentar o embate com o Lulinha ex-paz e amor. Seu
destino mais provável é o Governo do Estado. Deixar a Prefeitura no
inicio do mandato? O vice é Bruno Covas, e isso ajuda: seu avô, também
Covas, que foi prefeito e governador, deixou bom nome na política
paulista.
Amizade é para sempre
O colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br)
informa: nesta semana, ninguém achou em Brasília o senador Renan
Calheiros. Renan foi a Alagoas para receber, na quarta-feira, os amigos
da caravana de Lula, e depois ficou por lá. Aliás, a palavra “amigos”
não é irônica: Renan apoiou Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma, e
apoia Temer, embora às vezes dê uma falhada. É um dos políticos mais
coerentes do país: o Governo pode mudar, mas Renan não muda. Está sempre
com ele.
Muda sem mudança
A
história de reformar a política sem definir qual a reforma que está
sendo proposta não deu muito certo: o próprio presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, diz que o sistema eleitoral e o financiamento de campanhas
devem continuar como estão. “É provável que a Câmara aprove apenas o
fim das coligações para eleição proporcional e a cláusula de barreira”
(que reduz drasticamente o repasse de recursos a partidos que não
obtenham certo número de votos). É difícil acreditar que Suas
Excelências desistam do financiamento público, mas todos sabem que usar
dinheiro do Tesouro em campanhas é muito impopular. Financiamento
público, diz-se nas ruas, é pagar para escolher aqueles que vão querer
beneficiar-se cada vez mais.
Notícia triste
Não
pode passar batida a impressionante notícia de um aluno de 15 anos
agredindo a socos a professora Márcia Friggi, 52 anos, deixando-a com o
rosto inchado e coberto de sangue. Este colunista é do tempo em que o
aluno reconhecia a autoridade do mestre. Minha mãe era professora
primária, severa; deu aulas em lugares difíceis – num deles, descia do
ônibus e atravessava uma trilha de seus 200 metros na mata fechada.
Difícil era, mas não perigoso. Ninguém imaginava que no futuro poderia
haver agressões assim.
Pior
foi a desculpa do rapaz: que perdeu a cabeça depois de ser insultado,
insulto que ninguém na sala ouviu. Napoleão Bonaparte dizia que a
educação de uma criança começa cem anos antes de seu nascimento. Aqui,
pelo jeito, ainda nem começou.
Boa notícia
Ainda
é pouca coisa, mas já configura uma tendência: de acordo com a
Federação do Comércio, o número de empregos cresce há três meses no
setor atacadista. Só neste? Não: o atacado compra dos produtores. Se
contrata mais empregados é porque a produção aumentou; e vende ao
varejo, que se compra mais é porque tem mais clientes.
É
a primeira vez desde 2013 que há mais admissões do que demissões no mês
de junho. A alta é de 0,1%, levíssima, mas consistente, repetindo-se
mês a mês. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, baseando-se em
dados de outras fontes, afirma que o emprego e o produto interno bruto
crescerão em 2018.
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