Aliança desmoralizante

Ciro diz que aliança com Eunício é “desmoralizante”

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) avalia que uma aproximação entre seu grupo político e o senador Eunício Oliveira (PMDB) é “improvável” e “desmoralizante” para o peemedebista. Em entrevista, ontem, no Aeroporto Internacional Pinto Martins, o ex-ministro tentou afastar as especulações e revelou os fatores que motivaram a aproximação entre o governador Camilo Santana e o presidente do Congresso.
“O que tem aí, para a população ficar sabendo com clareza, é que todos os recursos do Ceará, da seca, da saúde, da educação, da segurança pública… tá tudo seguro em Brasília. Tudo amarrado. E o nosso governador Camilo Santana (PT) procurou o senador Eunício Oliveira para fazer um apelo a ele, da posição em que ele está, de presidente do Congresso Nacional, para que não faça isso. Que libere os recursos porque uma coisa é a política, outra coisa é o interesse do nosso povo que não pode tá sofrendo por conta de briga política”, frisou ele, dando a entender que Eunício estaria “segurando” repasses para dificultar a gestão de Camilo.
“Na medida em que ele (Eunício), eventualmente, atender a esse apelo, evidentemente, haverá a expressão do governador, e é isso a única coisa que está acontecendo no momento”, completou o pedetista.

Sobre a aproximação para uma eventual aliança eleitoral em 2018, Ciro afastou a possibilidade, afirmando que a composição é “desmoralizante” para Eunício e não interessa ao grupo político do qual faz parte.
“Não é provável. Claro que todo mundo sabe que a política tem dessas contradições, mas é muito, muito improvável que isso aconteça. A distância entre nós é muito grande, é muito grave. Tudo que aconteceu nesse período todo, é desmoralizante para ele (Eunício) e pra nós não há razão para isso na minha opinião”, enfatizou ele.

Jantar
Em evento do PDT, no final de semana, o ex-governador Cid Gomes já havia comentado as articulações de uma possível aproximação, inclusive, afirmando que a decisão caberá a Camilo Santana. “Quem decide é ele [Camilo]. E o que ele decidir estou aqui para ajudar. Eu não sou de ficar criando dificuldades”, admitiu Cid no último sábado (16).
O ex-governador, no entanto, não confirmou sua participação nas negociações e disse que as “sondagens de parte a parte” aconteceram sem a presença dele. “O Camilo junto com o Roberto Cláudio procuraram o Eunício para pedir ajuda para eles, para viabilizar financiamentos, aí, nessa conversa, pode ter havido alguma sondagem de parte a parte e isso está em processo”. Ao revelar o encontro, Cid ressaltou que não vai criar dificuldades para a aliança e que a decisão está nas mãos de Camilo.

Reconciliação
O grupo de Cid rompeu com Eunício nas eleições de 2014, quando o então governador não quis apoiar a candidatura do peemedebista ao Palácio da Abolição. De lá para cá, ataques mútuos dominaram o debate, sobretudo nos períodos eleitorais.
Contudo, a reconciliação parece estar nos planos do grupo e, em discurso, o ex-governador deixou clara a possibilidade. “Apoio a gente sabe que a gente tem que receber de todo o mundo. E isso não quer dizer que a gente vai se comprometer, ou que vai sair daquilo que é a nossa linha, nosso projeto, nosso pensamento. Mas se uma pessoa quer apoiar a gente, porque faz sentido recusar apoio?”, ponderou.
(Com informações de Tarcísio Colares)

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