Segurança; a dor de cabeça do cearense.

Segurança: oposição critica; base aliada destaca ações

A Segurança Pública continua a mobilizar a atenção dos deputados estaduais. Ontem, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT) lamentou o assassinato de sete pessoas na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica, registrado na semana passada. Segundo o parlamentar, um dos suspeitos da chacina já foi detido e mandados de prisão já foram emitidos para outros dois suspeitos.
Evandro Leitão ressaltou que o governador Camilo Santana já tomou providências imediatas e, inclusive, o suspeito detido foi encontrado através de um sistema de videomonitoramento, ação do Governo. “Em nenhum momento o governador afirmou que os assassinatos estão ligados a torcidas organizadas ou facções, porém jovens que foram mortos faziam parte de torcida organizada”, salientou.
O pedetista enfatizou que um amplo debate sobre a segurança nos estádios será feito. “Devemos aumentar a segurança nos estádios e estudar ações de praças esportivas de outros lugares. As torcidas organizadas são feitas por pessoas do bem e as ações são para proteger o cidadão”, disse frisando, ainda, que as ações do Estado nesse sentido estão voltadas também para a educação. “Estamos enfrentando grandes desafios. Não muda de um dia para outro, mas o Estado avançou bastante nos últimos anos”, apontou.
Mas para o deputado Ely Aguiar (PSDC) o discurso da base do governo na Assembleia não é suficiente para resolver o problema. Segundo avalia, aliados do governo estão “fugindo da discussão, enquanto mais de 100 mulheres já foram assassinadas nos primeiros meses de 2018”. Além disso, acrescentou, “o povo vive amedrontado, se perguntando quando será a próxima chacina”.

“Parece até que virou rotina. E agora o governo quer transferir a culpa para as torcidas organizadas. Todos nós sabemos que isso foi mais uma ação da disputa das facções instaladas aqui no nosso Estado”, afirmou, citando o ataque ocorrido na última sexta-feira (09), no bairro Benfica, em Fortaleza, que resultou na morte de sete pessoas e chegou a ser atribuído a uma disputa entre torcedores de futebol.
O deputado continuou citando outros casos de violência ocorridos no Ceará, como a invasão de assaltantes a uma escola de Fortaleza e o assalto a um turista alemão que caminhava no calçadão da Praia do Futuro. “Vinte e duas pessoas mortas somente na última segunda- feira (12). Essa é a nossa realidade. Parem de transferir a responsabilidade para o Governo Federal. O Governo não tem sido omisso, mas os efeitos de suas operações não são positivos. O povo não é besta”, concluiu.
Ely Aguiar criticou, ainda, a possível realização de um seminário na Assembleia para discutir a violência no Ceará. O parlamentar explica que não acredita que um evento dessa natureza produza efeito diante da atual situação de violência no Estado. “A população está apavorada e nosso governador deixou que a situação chegasse a esse ponto. Nós, deputados, já apresentamos tantos projetos para área de segurança e só agora o senhor quer nos ouvir?”, questionou.

Mulheres
Já o deputado Nestor Bezerra (Psol) chamou atenção para a necessidade de debater ações de proteção para as mulheres. Segundo o parlamentar, a violência contra a mulher é crescente tanto no ambiente de trabalho como na sociedade em geral. Nestor Bezerra frisou que é preciso buscar instrumentos para valorizar a mulher. “No trabalho elas ainda ganham menos, sofrem assédios, entre outros pontos. Não podemos continuar assim”, afirmou.

Presos
Ainda durante debate, o deputado Odilon Aguiar (PMB) manifestou preocupação com a decisão do governador Camilo Santana de transferir mais de 80 presos para a cadeia pública municipal do Cedro. Segundo o parlamentar, o presídio fica localizado ao lado de uma escola pública do município, o que tem aterrorizado a população da cidade.
“Os alunos, bem como os pais e as mães desta escola, estão transtornados com esta medida irresponsável do governador de transferir presidiários para uma unidade prisional que não tem a menor capacidade de comportar nem os presos que já estão lá”, apontou Aguiar apelando para que o governador reveja a decisão, “fazendo com que volte a reinar a paz e a tranquilidade de um município pacato e ordeiro”.

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